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Retorno da construção civil não teve totalidade do efetivo permitido


Diante da determinação do governo estadual quanto ao retorno do setor da construção civil com redução de 50% da força de trabalho, representantes do segmento relatam dois cenários distintos entre as construtoras. É fato que a maior parte mergulhou na retomada. Alguns, entretanto, optaram por esperar a autorização dos 100% do efetivo, marcada para o dia 22 de junho. Na prática, o setor contabiliza 60 mil postos de trabalho. Destes, 20 mil não chegaram a parar por atuarem em obras essenciais. Dos 40 mil restantes, 20 mil poderiam retornar desde a última segunda, já que a regra só permite 50% do efetivo. O quantitativo da volta, entretanto, ficou em torno dos 15 mil. Ademi-PE e Sinduscon-PE estimam que o setor deixou de gerar uma circulação da ordem de R$ 6 bilhões no estado.

Segundo o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), Gildo Vilaça, a decisão dos empresários baseou-se muito no tipo e fase de obra que cada construtora tinha em seu planejamento. “Algumas delas só podem ser executadas com a equipe completa. Na minha obra atual como empresário, por exemplo, tenho sete funcionários e ainda vou começar a etapa da fundação. Com três pessoas, não é possível fazer isto. Além disso, muitos trabalhadores ainda estão com suspensão dos contratos, vigente até o início da próxima semana. Sem contar que a escolha sobre quem retorna ou não é delicada visto tratar-se de uma remuneração vinculada à produtividade”, explica.


O presidente do Sinduscon-PE, Érico Furtado Filho, contesta a volta de apenas 50% do efetivo, alegando baixo índice de contaminação dos colaboradores do setor observado na maioria dos estados brasileiros onde o setor não passou por suspensão. “Pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias – Abrainc, mostra que do total de 55 mil trabalhadores presentes nos canteiros pesquisados, apenas 1,15% foi contagiado durante o isolamento. Destes, 0,01% dos trabalhadores – 08 de 55 mil, em números absolutos, foram a óbito”, analisa. Ademi-PE e Sinduscon-PE estimam que o setor deixou de gerar uma circulação da ordem de R$ 6 bilhões no estado. As duas entidades comemoraram, entretanto, a volta dos canteiros com a reconquista do horário tradicional, de 7h às 17h, e não mais das 9h às 18h, como o poder público havia anunciado na semana anterior.


A maioria das construtoras retornou com 50% do seu efetivo, conforme autorizado pelo governo do estado, mas com uma série de modificações referentes a alimentação, higienização, turnos e utilização de EPIs. A construtora Rio Ave retornou com metade do seu time, o que significa 70 pessoas nas obras e 18 no escritório.


De acordo com Álvaro Ferreira da Costa, sócio da empresa, as práticas contemplam ainda a entrega de borrifadores, tanto para o trabalho quanto para a ida e volta à residência. “No escritório, também foi incentivada uma campanha de carona solidária para garantir a redução do uso de transportes públicos, além de flexibilização para evitar os horários de pico”, explica. Nas obras da construtora, foram instaladas novas pias de acionamento com os pés, além de mudanças nos locais das refeições, com delimitação de espaço e sinalizações. As áreas comuns de maior convívio e algumas estações de trabalho foram interditadas. Mesmo com a retomada, as reuniões envolvendo mais de três pessoas continuarão a ser feitas via teleconferência. A empresa oferece, ainda, a aplicação de testes rápidos para a identificação da Covid-19.


A MRV também voltou com a totalidade dos 50% permitidos do seu efetivo. Na íntegra, a empresa possui 900 funcionários diretos e aproximadamente 2,7 mil indiretos. O grupo possui, atualmente, oito empreendimentos em obras localizadas em Paulista, Jaboatão dos Guararapes, Recife e Caruaru. O diretor de produção da MRV em Pernambuco, Mauricio Raso, afirma que os funcionários têm a temperatura corporal aferida com aparelho digital, eliminando contato físico. “Ainda utilizam máscaras, têm entrada e saída fracionada para evitar aglomeração nas áreas de ponto eletrônico e vestiárioa, além de usarem copos descartáveis”, relata. Lá, também, as reuniões serão realizadas em ambientes abertos e com distanciamento. As visitações de grupos de estudantes nos ambientes estão suspensas.


A professora da FEC explica que, na pesquisa, as amostras de tijolos de gesso misturado a resíduos cerâmicos e de porcelana – igualmente descartados em grande quantidade – foram submetidas à pressão de uma tonelada (10kN), e com adição de pouca água, o que também é favorável em termos de produção. “Os resultados indicaram que o processo de compactação modifica a microestrutura do produto final e fornece um ganho significativo de resistência a compressão e flexão, gerando valores consideráveis em produtos contendo 50% de resíduos. São blocos estruturais e de vedação para construção, efetivamente, e não para acabamento.”


Outra construtora, a Moura Dubeux, também retornou com 50% do seu efetivo, mas com algumas restrições como demarcações para o distanciamento, entrada dos funcionários em número de cinco em cinco. Todos também precisam lavar as mãos e aferir temperatura. No horário das 7h às 17h, são fornecidas quatro máscaras por dia, a cada um. No local, também acontecem dois turnos por refeições, oferecidas em marmitas.


Fonte: Diário de Pernanbuco


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